Ainda no clima da estreia do documentário “AmarElo – É Tudo Pra Ontem”, do Emicida, que estreou na Netflix nesta terça (8), o Capa do Disco destrincha, junto com o desinger gráfico e um dos responsáveis pela identidade visual do projeto Marcelo Lima, a capa do AmarElo, lançado em 2019. ⠀
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Terceiro álbum de estúdio do rapper paulistano, AmarElo traz como capa uma foto da fotógrafa suíça e ativista do movimento indígena Claudia Andujar, exibida mais recentemente na exposição “A Luta Yanomani“, no Instituto Moreira Sales (IMS-SP) em 2018.
“A gente não queria mexer diretamente na foto, porque ela em si é muito forte. Por isso a trouxemos numa parede branca, pra ela ser protagonista. A foto é de 1974, mas é muito atual e ganha ainda mais força no momento político que vivemos agora, da situação de total negligência dos direitos dos povos indígenas pelo governo”, explica Marcelo. ⠀
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Para a elaboração de identidade visual do AmarElo, tanto nos encartes do disco quanto nas peças de divulgação, Marcelo e o designer Lucas Rodrigues trabalharam com as cores da bandeira do Brasil, extraídas do quadro Abaporu (1928), da pintora modernista Tarsila do Amaral.
A tipografia escolhida para o projeto foi a Cooper Black, uma fonte de 1929, super usada no mundo inteiro, em específico em muitas obras da música negra mundial, de discos do Stevie Wonder a Tyler, The Creator. Uma maneira que os artistas encontraram de linkar o disco com o movimento racial global. ⠀
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Outro aspecto que demonstra o diálogo de AmarElo com a cultura negra internacional é a conexão entre a sua capa e a do Stakes is High (1996), disco do grupo norte-americano De La Soul.
Ouça AmarElo aqui:
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