No Capa do Disco desta semana, a gente relembra um clássico da música brasileira e aquele que é considerado o dono da melhor capa de todos os tempos, de acordo com enquete realizada pela Folha de S. Paulo em 2001: Secos & Molhados (1973).
Precursor do glam rock no Brasil, o disco de estreia do antigo trio de Ney Matogrosso, João Ricardo e Gerson chocou o Brasil da ditadura por sua extravagância e agressividade.
Na capa, os quatro membros da banda (o baterista, Marcelo, ainda era integrante na época) aparecem maquiados, num visual andrógino, com suas cabeças decapitadas, sendo servidas em um banquete.
A concepção da capa foi inspirada em um trabalho do fotógrafo Antônio Carlos Rodrigues, que havia feito um ensaio foto com sua mulher “decapitada” e servida numa mesa com sangue publicado na revista Fotoptica.
A capa ainda gerou uma “desavença” entre o Secos & Molhados e banda Kiss: há quem acredite que os norte-americanos, que lançaram seu disco de estreia poucos meses depois, em 1974, copiou a brasileira, devido à semelhança entre as maquiagens de ambos os grupos. Ainda não há consenso sobre quem copiou quem.