No dia 17 de maio celebramos o Dia Internacional do Combate à LGBTfobia, que remete à data da retirada da homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, graças à luta do movimento LGBTQIA+, a homossexualidade foi retirada da lista de doenças ainda antes da OMS, em 1985.
A gente retoma aqui dez dicas de filmes, livros e referências que os artistas Johnny Hooker, Mel e o professor e ativista Renan Quinalha prepararam no ano passado, para refletir sobre a importância da luta contra a LGBTfobia. Se liga só:
Johnny Hooker, cantor e compositor pernambucano, recebeu o título de “campeão da igualdade” da campanha da ONU Livres & Iguais no Brasil, pelos direitos da população LGBTQI+. Nas palavras dele:⠀
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“A arte tem um papel fundamental na luta contra a LGBTfobia, seja gerando questionamentos em quem a consome, seja colocando em pauta essa violência que precisa ser debatida. E mais; a arte sempre serviu como um farol que tem o poder de nos guiar pela escuridão e nos mostrar novos futuros possíveis. Por isso que mesmo em meio à desesperança do fascismo, do conservadorismo e do negacionismo da ciências, do fanatismo religioso que sempre perseguiu nossos corpos, a arte serve como um estandarte, que abre alas e reafirma nossa existência e o nosso direito a uma existência plena nesse planeta.”⠀
Johnny Hooker indica:
- Livro: Devassos no paraíso – A homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade – João Silverio Trevisan (2000)
- Série: Pose (2019)
- Filme: Tatuagem, Hilton Lacerda (2013)
Mel é cantora, apresentadora, ativista pelos direitos LGBTQIA+ e ex-integrante da Banda Uó.⠀Nesta indicação, Mel reúne conteúdos que acompanha e segue: “São bons nomes para quem se dispõe a aprender algo além de si”, comenta.⠀
Mel indica:
- Ativismo e Educação: Ana Flor Fernandes Rodrigues @tdetravesti
- Midiativismo e +: Leandrinha Du Art @leandrinhadu
- Livro: Velhice Transviada – João W. Nery. “Acho uma leitura importante, saber sobre pessoas trans que vieram antes”, finaliza a artista.⠀
Renan Quinalha é professor de Direito da Unifesp, ativista no campo dos direitos humanos e um dos organizadores do livro “História do Movimento LGBT no Brasil” (Alameda, 2018). Ele comenta: “Neste Dia Internacional contra a LGBTfobia, mais do que nunca, não se trata apenas de comemorar uma efeméride, mas de lembrar a importância das lutas contra o obscurantismo e o conservadorismo moral. A despatologização das existências LGBTs é uma bandeira atual e necessária para combater o preconceito e para afirmar a força da ciência em um momento no qual visões anticientíficas parecem ter apelo. Não há cura – e nem reorientação – para o amor e o desejo.”
Renan Quinalha indica:
Filme: O ano de 1985, de Yen Tan.
Podcast: Larvas Incendiadas, por Thiago Coacci
Livros: História do Movimento LGBT no Brasil, organizado por James Green, Renan Quinalha, Marcio Caetano e Marisa Fernandes, Editora Alameda.
Além do Carnaval: a homossexualidade masculina no Brasil do século XX, de James Green, Editora UNESP.